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Diagn?stico precoce evita bacteriose do maracuj?
1 de setembro de 2020

Um pequeno peda?o da folha do maracuj?, fruto refrescante e saboroso do qual derivam produtos comest?veis e cosm?ticos, ? suficiente para se proceder ao diagn?stico precoce da presen?a da bact?ria Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae, respons?vel por uma doen?a que ataca os maracujazeiros e traz preju?zos aos produtores. A pesquisa foi realizada na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ) pela Bi?loga e doutoranda Carla de Freitas Munhoz, no Programa de P?s-Gradua??o (PPG) em Gen?tica e Melhoramento de Plantas. Foi avaliada a diversidade gen?tica de isolados da bact?ria patog?nica do maracujazeiro e desenvolveu-se um protocolo para a identifica??o e o diagn?stico desse pat?geno.

O Brasil ? o maior produtor e consumidor mundial do fruto, por?m a cultura tem registrado significativas perdas pela bacteriose, doen?a de dif?cil controle e de ocorr?ncia generalizada. "O pat?geno causa a mancha oleosa ou bacteriose do maracujazeiro, doen?a que al?m de acarretar a baixa produ??o de frutos, pode causar a morte das plantas", revela a pesquisadora.

Assim, a pesquisa orientada por Maria L?cia Carneiro Vieira, do Departamento de Gen?tica (LGN), teve esfor?os concentrados para o desenvolvimento de um kit de diagn?stico que indica a presen?a da bact?ria ainda em est?gio inicial da doen?a e pode evitar a dissemina??o do pat?geno e o avan?o dos sintomas.


Metodologia

A diversidade gen?tica de uma cole??o de 87 isolados bacterianos, coletados em 22 cidades de S?o Paulo, Minas Gerais, Paran? e Distrito Federal, foi analisada utilizando-se perfis moleculares gerados pela t?cnica denominada AFLP. Nove isolados que atacam outras lavouras (uva, alho, mandioca e feij?o, por exemplo) foram inclu?dos nas an?lises gen?ticas, mostrando perfis moleculares distintos do patovar passiflorae. Nos pomares de Bauru, Len??is Paulista, Piratininga, Ava?, Fern?o e Limeira, as plantas estavam doentes, possibilitando a coleta do pat?geno. Nos pomares de Lins, Guaimb?, Anal?ndia e Corumbata? n?o havia incid?ncia da doen?a. No Vale do Ribeira, percebeu-se que l? n?o havia incid?ncia da doen?a, o que pode ser explicado pelo clima da regi?o que, apesar de ?mido, n?o apresenta temperaturas muito elevadas, favor?veis ao pat?geno.

Foram detectadas diferen?as gen?ticas, associadas ? regi?o geogr?fica aonde o isolado bacteriano foi coletado. "Parte do genoma da Xanthomonas do maracuj? foi analisada, comparando-se com os demais patovares e notou-se que existia uma base nucleot?dica que diferenciava os isolados que atacam os maracuj?s dos demais das outras lavouras", explica Maria L?cia. "O protocolo molecular desenvolvido para a detec??o da bact?ria se mostrou eficiente, ou seja, ? espec?fico para a detec??o da bact?ria do maracuj?", ressalta a orientadora. O protocolo ? fundamentado na rea??o em cadeia da polimerase (PCR), que amplifica uma seq??ncia espec?fica do DNA do pat?geno, permitindo se desenvolver um kit que diagnostica a presen?a da bact?ria. "Isso ? importante para os produtores e viveiristas, ou seja, dispor de uma metodologia r?pida de diagn?stico do pat?geno antes do aparecimento dos sintomas. O conjunto de primers (Xapas), desenhado a partir da seq??ncia interg?nica 16S-23S rRNA, se mostrou espec?fico para o patovar passiflorae, que foi detectado em toda a nossa cole??o", afirma Carla.

Enfim, as pesquisadoras concluem que o protocolo desenvolvido para o diagn?stico do pat?geno ? ?til aos propriet?rios de viveiros que podem fazer uma triagem em suas mudas antes de distribu?-las aos produtores, evitando a dissemina??o da doen?a. Tamb?m, pode ser ?til aos pesquisadores que trabalham com a bacteriose do maracuj? para certificarem-se ou da presen?a (ou n?o) do pat?geno em seus ensaios ou ao coletarem plantas assintom?ticas.

O trabalho realizado na ESALQ, com financiamento da FAPESP, tamb?m teve a participa??o de pesquisadores do Instituto Agron?mico de Campinas (IAC) e da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Fonte: Campo Vivo

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